Arthur foi um bebê muito
esperado. O pai escolheu o nome “Arthur” em homenagem ao jogador Zico (Arthur
Coimbra). Toda a família estava feliz com a chegada do nosso novo bebê. Nós já
tínhamos Bruno, que na época tinha 10 anos de idade. Não tive uma gravidez
fácil, pois eu sentia muito enjôos durante a gestação. Além disso, a partir do
sexto mês, a minha pressão era muito alta, por isso precisei tomar Aldomet
500mg até o fim da gravidez. O parto foi cesária, mas muito tranquilo e alegre,
feito pelo Dr. João Deda, na Clínica Santa Helena de Aracaju-SE. Essa é uma
pessoa a quem eu tenho muito a agradecer. Na hora, ele até colocou uma música
Caça e Caçador, do Fábio Júnior. Foi um momento emocionante e inesquecível.
Com a chegada dele, a nossa vida
ganhou um novo sentido. O quarto era recheado de animais da floresta na
decoração. Não parava de chegar gente querendo conhecer o futuro jogador de
futebol que o papai sempre sonhara. No começo, Arthur aparentava não ter
problema nenhum. Um bebê normal com a mesma rotina de qualquer recém-nascido.
No quarto mês, ele começou a chorar bastante e nunca descobríamos o que causava
tanta irritação e choro. Até que começamos a perceber que ele não ria mais
socialmente, não olhava mais com interesse para os objetos e nem para as telhas
da casa da vovó Erundina. Algo de errado estava acontecendo. Ele já apresentava
espasmos, mas, nessa época, não sabíamos ainda o que era isso. A pediatra não
detectou nenhum problema, alegando que ele sentia muita cólica e bronquite.
Dias depois, minha cunhada
Amanda percebeu que ele não sustentava o pescoço. Resolvemos procurar
rapidamente um neuropediatra. A consulta estava marcada para uma segunda-feira,
mas o pior aconteceu. Na sexta-feira anterior, à noite, precisamos sair
correndo, pois nosso pequeno Arthur teve uma forte convulsão e precisou ser
internado. A partir desse momento, foram feitos vários exames e então, infelizmente,
ele foi diagnosticado como portador da Síndrome de West.
Esta foi a fase mais triste e
difícil da nossa vida. O chão se abriu e eu entrei em desespero várias vezes.
No entanto, jamais perdi a fé em Deus e a esperança de curar o meu filho. Com o
tempo, vamos restaurando o equilíbrio emocional, para que não percamos a força
e a vontade de lutar. Pesquisamos tudo sobre o assunto.
Encontramos textos, vídeos, depoimentos. Choramos diversas vezes, pois nos
emocionamos com a história de outras crianças. Toda a minha família estava
comigo. Minha mãe, vovó Givanda, sempre foi e será o meu grande alicerce. E a
nossa caminhada estava apenas se iniciando.
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