quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Como tudo começou

Arthur foi um bebê muito esperado. O pai escolheu o nome “Arthur” em homenagem ao jogador Zico (Arthur Coimbra). Toda a família estava feliz com a chegada do nosso novo bebê. Nós já tínhamos Bruno, que na época tinha 10 anos de idade. Não tive uma gravidez fácil, pois eu sentia muito enjôos durante a gestação. Além disso, a partir do sexto mês, a minha pressão era muito alta, por isso precisei tomar Aldomet 500mg até o fim da gravidez. O parto foi cesária, mas muito tranquilo e alegre, feito pelo Dr. João Deda, na Clínica Santa Helena de Aracaju-SE. Essa é uma pessoa a quem eu tenho muito a agradecer. Na hora, ele até colocou uma música Caça e Caçador, do Fábio Júnior. Foi um momento emocionante e inesquecível.


Com a chegada dele, a nossa vida ganhou um novo sentido. O quarto era recheado de animais da floresta na decoração. Não parava de chegar gente querendo conhecer o futuro jogador de futebol que o papai sempre sonhara. No começo, Arthur aparentava não ter problema nenhum. Um bebê normal com a mesma rotina de qualquer recém-nascido. No quarto mês, ele começou a chorar bastante e nunca descobríamos o que causava tanta irritação e choro. Até que começamos a perceber que ele não ria mais socialmente, não olhava mais com interesse para os objetos e nem para as telhas da casa da vovó Erundina. Algo de errado estava acontecendo. Ele já apresentava espasmos, mas, nessa época, não sabíamos ainda o que era isso. A pediatra não detectou nenhum problema, alegando que ele sentia muita cólica e bronquite.
Dias depois, minha cunhada Amanda percebeu que ele não sustentava o pescoço. Resolvemos procurar rapidamente um neuropediatra. A consulta estava marcada para uma segunda-feira, mas o pior aconteceu. Na sexta-feira anterior, à noite, precisamos sair correndo, pois nosso pequeno Arthur teve uma forte convulsão e precisou ser internado. A partir desse momento, foram feitos vários exames e então, infelizmente, ele foi diagnosticado como portador da Síndrome de West.
Esta foi a fase mais triste e difícil da nossa vida. O chão se abriu e eu entrei em desespero várias vezes. No entanto, jamais perdi a fé em Deus e a esperança de curar o meu filho. Com o tempo, vamos restaurando o equilíbrio emocional, para que não percamos a força e a vontade de lutar. Pesquisamos tudo sobre o assunto. Encontramos textos, vídeos, depoimentos. Choramos diversas vezes, pois nos emocionamos com a história de outras crianças. Toda a minha família estava comigo. Minha mãe, vovó Givanda, sempre foi e será o meu grande alicerce. E a nossa caminhada estava apenas se iniciando.

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